"Acabei de chegar de uma visita de trabalho na aldeia indígena Juriti, da etnia AWÁ-GUAJÁ, que é uma das três aldeias do povo AWÁ-GUAJÁ do Maranhão, do BRASIL e quiçá do mundo. É um povo ainda quase totalmente 'natureza'. São pessoas risonhas, ternas, carinhosas e de uma pureza infantil. São hábeis caçadores e já plantam mandioca da qual produzem a farinha d’água, seu principal alimento depois da caça e das frutas. São frágeis ao contado com o não-índio pois tem baixíssima imunidade às nossas doenças, principalmente viroses. Pois bem, este povo, protótipo original de brasilidade está literalmente encurralado em uma pequena porção de terra – a terra AWÁ– na confluência com os municípios de São João do Caru, Zé Doca e Newton Belo. Pasmem meus nobres, os principais perseguidores deste povo altamente vulnerável e infelizmente, dado ao estágio de limitação de suas terras, extremamente dependente dos poderes públicos, são exatamente na esfera local os prefeitos e vereadores destes municípios, que na quase totalidade são grileiros, madeireiros e representantes dos interesses de seus comparsas fazendeiros, empresas mineradoras e madeireiras. A terra AWÁ está totalmente invadida por madeireiros que fazem estradas, detonam a floresta, matam e afugentam os animais, transformando a vida nas comunidades indígenas em um martírio desolador que ameaça de extinção um povo que tenta se esconder pra sobreviver a mais de 500 anos nas terras brasileiras. Eu penso que a Justiça brasileira não pode continuar se prestando ao serviço de advogar em prol dos interesses unicamente do capital, menos ainda quando tais interesses são explicitamente escusos e alicerçados em atividades criminosas. Não podemos admitir que interesses politiqueiros de jagunços e corruptos se sobreponham à ética e aos direitos humanos. O Estado de Direito precisa se manifestar e fazer reinar a justiça. VIDA AOS AWÁ-GUAJÁS! PROTEÇÃO ÀS SUAS TERRAS! PUNIÇÃO E CADEIA AOS CRIMINOSOS E DEVASTADORES DAS VIDAS!"
Da lavra de Manoel Pinto Santos - Manoelzinho.
Colaborador da “Operação Arco de Fogo".
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