Hoje vi a princesa que até um dia atrás era plebeia. A agora princesa se casou com um príncipe louro dos olhos claros. Igualzinho minhas irmãs liam pra mim nas historias dos livros da minha infância, que depois eu passei a ler sozinho. A princesa branca casando numa linda cerimônia, com rainha e um monte de súditos.
Nada faz sonhar mais que um conto de fadas. Eles povoam nosso imaginário desde que o mundo é mundo. As narrativas míticas dão sentido de projeção à vida e possibilitam, ao menos no terreno da imaginação, ser alguém diferente do que se é no rés-do-chão.
O príncipe e a princesa são de carne e osso. Moram num palácio real, vivem num país que existe mesmo. Mas nem por isso deixamos de achar que eles, no fundo no fundo, não existem de verdade. Eles são a continuidade dos casais que lemos na infância. Até os cavalos brancos estavam lá.
A princesa que nasceu plebeia não precisou beijar um sapo para que ele se transformasse num príncipe. Nem ser posta num caixão de cristal para receber dele um beijo molhado de lágrimas e desespero. Nem provar um sapatinho deixado numa escadaria de baile. Ela só precisou ir para a universidade, insinuar-se um pouco, estar por perto. E o resto a mágica dos corações jovens tratou de efetivar.
O casal agora real encarna os nossos desejos irrealizáveis na nossa vidinha mais ou menos. Por isso, ver o casamento pela televisão ou pela internet acaba sendo um enternecimento. É como se, ali naquele momento, todos nós, em uníssono, disséssemos também “Yes, I do!”. Ou expirássemos um inaudível “I am so happy!” ao subir na carruagem sustentada por um portentoso William.
Depois da cerimônia, voltamos à nossa vida real! E o casal à dele.
Prof. DSc. Marcos Fábio Belo Matos
Jornalista e Prof. Ufma-Imperatriz
(099) 8162-6314
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