No dia 14 de maio, seguindo um movimento de professores universitários em todos os cantos do país, os professores da UFMA resolveram aderir à greve nacional que o Andes (Associação Nacional de Docentes das Universidades Federais) deflagrou. Conforme dados da Apruma (Associação dos Professores da UFMA, seção sindical do Andes), em todos os campi da UFMA, na ilha e no continente, os professores paralisaram as aulas – total ou parcialmente.
Hoje o movimento cresceu, já atinge, pelas últimas notícias, 48 universidades e 4 institutos federais. Para quem gosta de números, isso representa algo em torno de 80% das universidades federais do país, entre grandes e pequenas, entre renomadas e anônimas, entre ilhas de excelência e instituições que ainda engatinham no ensino, na pesquisa e na extensão. É um movimento que, pelos números que apresenta, já se tornou histórico.
Apesar de tudo isso, o governo ainda não esboçou reação para negociar. A única reunião agendada, marcada para a última segunda-feira (28.05), foi cancelada ainda na sexta e não há data para que aconteça. O governo alega que não negocia com grevistas.
Fazendo parte da mobilização da Apruma, a UFMA Imperatriz aderiu ao movimento simultaneamente a São Luís, na segunda-feira, 21.05, também com um fato histórico: todos os seus cursos pararam, uns totalmente, outros parcialmente, outros ainda muito parcialmente. Mas pararam. E aqui resolvemos fazer diferente.
Com a contribuição de todos os cursos, o comando de greve (formado por professores de quase todos os cursos, registre-se) resolveu fazer uma ‘greve de ocupação’. Enquanto as aulas estão paradas, são promovidos cursos, palestras, oficinas, ações sociais, sessões de cinema. Tudo de graça. Tudo aberto à comunidade. Tudo com o espírito de mostrar à população que a ufma tá em greve, mas não tá parada. A população precisa saber que os professores da UFMA têm compromisso social, que não estão de férias, que se preocupam com a formação dos seus alunos e que, enquanto esperam, mobilizados, o desenrolar das negociações do seu comando nacional com o governo federal, seguem contribuindo, da forma que podem, com a sua comunidade – dentro do melhor espírito de inserção e compromisso sociais, gênese da universidade.
Ninguém gosta de greve. Ela não beneficia nenhuma das partes envolvidas. Mas é o único instrumento cabível quando emperram as negociações entre patrões e empregados. No caso dos professores universitários, essas negociações remotam a três anos. Agora que ela está em curso, ser criativo e prestar um serviço público é uma boa forma de amenizar os seus impactos e mostrar que a categoria não é egoísta, arruaceira e interesseira – como, de resto, querem pintar por aí.
Prof. Dr. Marcos Fábio Belo Matos – Curso de Comunicação Social – Jornalismo – marcosfmatos@gmail.com
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