quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Adalberto Franklin

Para onde vai o PT

Muito se tem se especulado, nos últimos meses, uma provável aliança majoritária ente PT e PSDB em Imperatriz, nas eleições de 2008. Há até quem assegure que esse pacto já esteja selado. Ledo engano.

Divergências partidárias à parte, o PT vem defendendo, desde o primeiro momento após a eleição do governador Jackson Lago, a sustentação, em nível municipal, da aliança que em 2006 elegeu o atual governador, com a finalidade de derrotar o governo sarneísta instalado em Imperatriz.

Buscando alicerçar esse projeto, defendido por praticamente todos os partidos que ajudaram a eleger Jackson Lago, a direção municipal do PT tem participado de todas as reuniões, debates e conversas que trataram dessa questão, posicionando-se sempre a favor dessa união interpartidária, de acordo com resolução de seu Diretório Municipal.

Há que se ressaltar, no entanto, que, desde o primeiro momento desse debate, os partidos envolvidos pactuaram uma condição para a continuidade das discussões: nenhum partido tentasse impor previamente um nome como candidato, que deveria ser escolhido somente no início de 2008, através de uma ampla consulta à sociedade, a partir do que se verificaria qual pré-candidato reunia mais e melhores condições para sair-se vencedor.

Chegou 2008. O PT, envolvido até o final de 2007 em seu processo de eleições internas, em todos os níveis, somente agora começa a discutir efetivamente as eleições municipais. Sob a coordenação do novo presidente do DM, professor Isnande Barros, os candidatos à chapa proporcional já estão se reunindo regularmente para discutir a campanha. Por sua vez, a Executiva já debate a candidatura majoritária e prepara uma Plenária para ouvir suas bases.

A priori, a direção do partido tem se posicionado no propósito de apresentar candidatura própria, embora possa participar uma possível "frente", desde que essa seja composta, se não por todos, pelo menos com a maioria dos partidos que se alinharam ao atual governo do Estado, do qual o PT também é parte.

Convém, entretanto, ressaltar que o PT, ao contrário do que se apressaram a dizer alguns, não tem pacto formalizado com nenhum partido ou candidato. Portanto, nunca abriu mão de apresentar candidatura própria. Até mesmo porque a "frente" não se consolidou ainda, e, portanto, sequer se definiu como se daria ou se dará o processo de escolha do nome de um possível candidato dessa coligação, ponto fundamental para que todos os partidos envolvidos possam, com todo direito, também pleitear, em igualdade de condições, a "cabeça" da chapa. Se esse processo não for democrático, igualitário e consensual, certamente essa "frente" não se instalará.

O PT, por sua vez, como partido democrático, de base, que se rege por um Estatuto que condiciona suas decisões a consultas aos seus filiados, assim tomará suas resoluções: consultando suas bases. Nenhuma decisão virá "de cima", mesmo porque, no PT, esse tipo de conduta não tem amparo legal e, por isso, não recebe acatamento. Não havendo consenso, sem dúvida o PT definirá e apresentará sua candidatura majoritária.

Assim, desejamos que todos os demais partidos verdadeiramente empenhados numa "frente" democrática, igualitária e consensual, possam sentar-se à mesa para discussões sem imposições ou precondicionamentos.

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*Adalberto Franklin; ex-presidente e atual membro da Executiva Municipal do PT/Imperatriz.

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